terça-feira, 14 de setembro de 2010

 Argumentos fora de ordem e não desenvolvidos, pretendo fazer isso amanhã




O Protocolo de Kyoto conta com um sistema inovador e arriscado chamado de Comércio de Créditos de Carbono, em que os países participantes podem comprar um número total de poluentes que eles possam emitir na atmosfera, em outras palavras, eles podem comprar o direito de poluir de outros países. Não é preciso ter um QI extremamente alto para entender o porquê de esse sistema falhar e não passar de uma tentativa de, por parte das grandes potências, capitalizarem até mesmo o meio-ambiente. Os países mais pobres vendem seus créditos para os mais ricos, o que acaba resultando não numa diminuição da emissão de gases no total, mas sim em uma compensação do mesmo. Os países que já prejudicavam anteriormente a natureza se reforçam, e passam a poluir ainda mais. O mundo é então dividido em dois setores: os poderosos (que compram) e os submissos (que vendem). Algo muito similar ocorreu na América Latina, na África e em pequena parte da Europa no passado, e ficou conhecido como Colonialismo. Aqueles com maior poder econômico se impuseram sobre os menos desenvolvidos, tiraram-lhes os seus bens, sem realmente dar-lhes alternativa, e empurraram-lhes para uma miséria infindável, por conta da má distribuição de bens, por conta do capitalismo em si. E é ai onde o Protocolo peca, seu maior objetivo não é acabar com a poluição, mas sim achar uma maneira de tranqüilizá-la respeitando o capitalismo, o que simplesmente não deveria ocorrer. Um tratado que visa ajudar o meio ambiente deveria ter como principal objetivo ajudar o meio-ambiente a qualquer custo.


A partir do bom senso, você chega à conclusão de que, se queremos ajudar o meio ambiente, deveríamos fazer algo em relação aos maiores poluidores do mundo, certo? Bem, o Protocolo de Kyoto discorda. Ele simplesmente não afeta países emergentes, como Rússia, Índia e China. Ou seja, quatro dos países mais poluentes do mundo, responsáveis por 8521940 milhões de toneladas de CO2 liberados na atmosfera atualmente, aproximadamente 37% do total do mundo, não têm de mudar em absolutamente nada seus métodos. Nesse acordo, os países que mais precisavam parar de poluir não o fazem, e os países que de fato participam do acordo, acabam poluindo ainda mais a atmosfera, o que é simplesmente ridículo!

O Protocolo é falho, mas precisamos, a partir dessas falhas, elaborar um novo tratado. O meio ambiente preciso de ajuda, e de uma ajuda real, e poderemos ajudar se analisarmos os erros dos antecedentes.
A principal falha do protocolo foi não ser agressivo o suficiente. O sistema de créditos de carbono é um exemplo disso. O protocolo deveria ter determinado um teto para a produção total de um país, estritamente, não ter preparado todo um esquema flexível e de fácil abuso. A participação dos países mais poluentes é algo óbvio e que deveria ser posto em prática...


Um exemplo de protocolo bem sucedido é o de Montreal. Ele, quando foi preparado tinha o objetivo de acabar com a produção de gases que afetassem a camada de ozônio de maneira prejudicial, e foi o que aconteceu. Houve um declínio enorme em relação à produção de CFCs (exemplo de um desses gases) e estimula-se que até 2013, ele tenha sido erradicado da terra.  Kofi Annan, diplomata da Gana, disse sobre o Protocolo “Talvez seja o mais bem sucedido acordo internacional de todos os tempos…”



Mais recentemente, em dezembro de 2009, surgiu o Acordo de Copenhague que tenta atingir os pontos onde o Protocolo de Kyoto havia fracassado.  Conta com a presença dos países em desenvolvimento e dos Estados Unidos, o que já é algo significativo, além de implantar um novo sistema comercial, onde países já desenvolvidos como Japão, e a União Europeia tem de levantar um fundo de U$100 bilhões anuais, que deverá ser usado para ajudar nações mais vulneráveis a combater o aquecimento global. Mas existe um “porém”... O acordo tem o objetivo de limitar o aumento da temperatura em 2ºC, o que na verdade não é muito. É preciso diminuir a temperatura em si, e não aumentá-la! Por causa disso, o tratado não visto com muitos bons olhos por profissionais da área, como Tomás Togni Tarqüinio (antropólogo e ecologista), que disse: “A conferência de Copenhague foi um fracasso. Os resultados foram um financiamento de US$ 30,0 bilhões para os países em desenvolvimento nos próximos três anos e um acordo a ser ratificado pelos estados visando limitar o aquecimento global à 2º C. O primeiro resultado é insignificante, enquanto que a eficácia do segundo pode ser comparada aos angélicos apelos do Papa em prol da paz…”.

Como alternativa ao Acordo de Copenhage, já está sendo considerado um novo protocolo, chamado COP 16. Ele tentará criar uma conexão maior entre o 1º e o 3º mundo, por meio de alianças. Tanto que a sede do protocolo será no México, mais especificamente em Cancún, pai nem desenvolvido nem subdesenvolvido, que poderá fazer o papel de elo entre ambos dignamente.

Um comentário:

  1. Nao deixem de olhar o cop 16 que acontecer[a no Mexico no fim deste ano. Que acordos querem pleitear la? Qual foi o fracasso do encontro em Copenhague no ano passado?
    L[a tem dados mais atuais.
    Bjs
    Monica

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